“Imagine que você está evangelizando Jesus!”. A colocação em tom assertivo para traduzir a profundidade da ação evangelizadora nas casas espíritas junto a crianças, jovens e adultos foi feita pelo trabalhador espírita e evangelizador Marco Oliveira, com atuação no Estado da Bahia, aos trabalhadores do Lar de Maria no sábado (4/4/2021). No encontro online, Marco explanou e interagiu com os evangelizadores acerca dessa tarefa cada vez mais relevante para a sociedade, dado o cenário de pandemia da covid-19, em que famílias inteiras precisam se voltar para o enfoque moral e físico do momento de transição por que passa a Terra. O planeta está migrando de Mundo de Provas e Expiações para Mundo de Regeneração.
O palestrante utilizou o exemplo de Maria, que, como mãe de Jesus, esmerou-se na convivência com esse espírito de moral elevadíssima, a fim de reforçar que a qualidade do trabalho do evangelizador está diretamente relacionada à necessidade de formação moral dos evangelizandos.
Em ação
Os evangelizandos são espíritos que reencarnam para buscar aproveitar essa oportunidade dada por Deus para a evolução espiritual deles próprios, por meio de valores e ações que devem ser os pilares de uma sociedade mais fraterna. E esses valores e ações precisam ser expostos e incentivados desde a infância, ou melhor, até mesmo na evangelização de bebês.
Para isso, o evangelizador deve sempre buscar se aperfeiçoar com relação ao conteúdo doutrinário e a práticas e dinâmicas focadas nas reuniões com os evangelizandos, sejam eles filhos, pais e responsáveis por crianças e jovens. Nesse sentido, há necessidade de pesquisa ininterrupta dos fundamentos da mensagem de Jesus, o que envolve consultas a fontes sobre as passagens bíblicas e às obras básicas e livros espíritas. “Evangelizar é colocar o Evangelho em ação, e isso envolve o nosso trabalho na casa espírita e, inclusive, o papel da família na formação moral dos seres”, pontuou.
A afetividade deve nortear essa relação construída com o evangelizando, ou seja, entre outros aspectos, ouvindo-se mais a criança, interagindo-se com ela, até porque, como frisou Marco, “não” é a palavra que as crianças mais ouvem”.
Possibilidades
Ao discorrer sobre as orientações, subsídios e diretrizes da Evangelização definidas pela Federação Espírita Brasileira (FEB), Marco Oliveira chamou a atenção dos trabalhadores do Lar de Maria para os aspectos da: qualidade doutrinária (fidedignidade dos postulados espíritas); a qualidade relacional (constituição de ambiente harmônico e de um trabalho fraternal em equipe); qualidade pedagógica (rica e correta utilização de processos e recursos didático-pedagógicos adequados ao público com que se vai trabalhar), e a qualidade organizacional (infraestrutura, recursos humanos e integração dos envolvidos para alcance dos objetivos da evangelização).
O foco da Evangelização deve ser o de promover e estimular a integração da criança e do jovem “consigo mesmo, com o próximo e com Deus”. É importante aos evangelizadores interagirem com outros grupos desse trabalho em outras casas espíritas, bem como a Evangelização dialogar com outros setores na própria casa. “Você é evangelizador todo o tempo, em qualquer lugar, como um médico é médico assim, um gari ou um nutricionista”, assinalou Marco. A FEB define evangelizador como “um educando de excelência, responsável por motivar o desenvolvimento dos educandos e fazê-los acessar o conhecimento que já́ possuem em estado latente”.
Ao abordar experiências de pessoas que foram auxiliadas na casa espírita e depois seguiram outra religião e vice-versa, Marco observou que o foco do Espiritismo, basicamente, não é formar espíritas, mas contribuir para formação de seres de bem.
Essa contribuição sempre é dada a partir da evangelização infantojuvenil, com um trabalho aprofundado sobre a realidade social e espiritual dos evangelizandos, até porque, como é exposto pela FEB, esse público-alvo (evangelizando) mostra-se como “ser espiritual que se expressa no plano da existência, dono/a de uma experiência reencarnatória milenar, registrada no subconsciente, e com infinitas possibilidades de crescimento, acessáveis pelo superconsciente”. “Precisamos dinamizar as ações, criar espaços para os jovens atuarem nas casas espíritas”, acrescentou o evangelizador Marco Oliveira.