Sem o sentimento do amor, sem a amizade, o trabalho espírita essencialmente não ocorre, porque não basta a técnica para concretizar ações de prática do bem, de vivência do Evangelho. Essa orientação sintetiza a palestra que o trabalhador voluntário Jorge Elarrat Canto, integrante da Federação Espírita de Rondônia, proferiu a dirigentes e trabalhadores do Lar de Maria no dia 25 deste mês de abril, em evento online. A começar seu pronunciamento, Elarrat emocionou-se ao reencontrar amigos que com ele atuaram no Lar de Maria “o primeiro lugar em que eu fiz alguma atividade no Movimento Espírita”.
O tema da palestra foi “Pandemia e Movimento Espírita – Encontro de Trabalhadores do Lar de Maria”. Jorge Elarrat destacou que se deve atentar para duas dimensões do trabalho espírita, em particular na pandemia da covid-19. A dimensão pessoal e a laboral (como colaboradores da Casa). Na pessoal, é importante ter em mente que não se trabalha somente para os outros, mas também para si próprio, no sentido de que “merecemos o acolhimento pela instituição para desenvolvermos nossas potencialidades”.
Nesse contexto, é estrutural a interação com as outras pessoas, porque, como frisou Elarrat, “quando o ser humano deixa de interagir com os outros, diminuímos como pessoa”. “O Lar de Maria funciona como um espaço para reflexão que nos favorece o equilíbrio emocional; quando nos distanciamos das pessoas ficamos apenas com as nossas emoções, e a sociedade é marcada por fenômenos desagradáveis, como podemos constatar por meio da mídia; sem um lugar agradável, vamos absorvendo mais esses fenômenos negativos”.
Daí ser necessário se evitar o isolamento mesmo na pandemia, mas, sim, participar de grupos com outras pessoas, virtualmente. E esse convívio não se deve restringir a apenas a questões de trabalho na Casa espírita, mas, para troca de ideias, organizar programas com segurança, considerando-se os protocolos sanitários. Fundamental, é que esse grupo de relacionamento tenha foco na prática do bem, a vivência do amor, para que seus integrantes possam ser fortalecer emocionalmente, como frisou o expositor.
Cimento
A técnica no trabalho espírita são os tijolos de uma construção. “Mas, só o tijolo não torna a parede segura. O amor é o cimento que une tudo. No afastamento social, não devemos esquecer que esse cimento deve vincular os tijolos. O Lar de Maria deve promover periodicamente reuniões como essa, de integração. Uma reunião boa é quando ela termina a gente continua ainda conversando depois de ela acabar”, observou Elarrat.
A capacitação continuada do trabalhador espírita é outro aspecto decisivo, inclusive, possibilitando a que as pessoas possam estudar regularmente e também manifestem pontos de vista e ideias em reuniões de trabalho não longas, mas atraentes e interativas.
Jorge Elarrat chamou atenção para a necessidade da avaliação periódica dos trabalhos na Casa espírita. O palestrante observou que os centros espíritas mantêm-se em atividades no País, de forma virtual, obedecendo aos protocolos sanitários contra a covid-19. Nesse processo, os centros seguem, inclusive, a orientação exposta no Capítulo 13, Item 4 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de ir em busca dos infortúnios ocultos. Nesse sentido, os centros têm ajudado a famílias de baixa renda com o repasse de cestas básicas e outras iniciativas.
Os jovens, como frisou Elarrat, podem contribuir muito com as tarefas das casas, seja no doutrinário seja no assistencial. Uma frente de ação é a divulgação da Doutrina Espírita. “Nosso papel é oferecer ajuda”, enfatizou. Por esse cenário de bênção divinas e oportunidades de trabalho, a partir do amor e amizade que devem nortear os voluntários das casas espíritas, ficou bem claro por que Jorge Elarrat emocionou-se no começo da palestra e também outros trabalhadores da causa do Cristo.

Jorge Elarrat: amor na ação espírita